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APONTAMENTO Evocações


                                          Eu TIvE A PáTRIA NA mãO!


                     esta vez a “culpa” foi do   no Instituto, por maior ou menor      Acresce  que,  logicamente,  em
                     saudoso  Max,  o  madei-   que se tenha sido a permanência      tempos de paz, nunca tombei com
                     rense de extraordinária    como alunos, entre 1 e 12 anos de    ela  no  chão,  nem  pouco  mais  ou
                     voz,  ao  interpretar  o   vivência militar.                    menos.
           Dfado do “ZÉ Ninguém”.                  Depois  do  solene  estribilho  a   Repetidas vezes, ao sol, e à chu-
                               A letra é patri-  canção  de  Max  ainda  nos  refere   va,  em  situações  nem  sempre  fá-
                            ótica, bem ao jei-  uma hipotética cena que, afinal de   ceis  de  suportar,  posso  também
                            to do sentimento    contas, constitui o mote deste nos-  dizer que tive a Pátria na mão.
                            que  nós  todos     so escrito “boletinesco”. Assim:       Guardo  de  tais  ocasiões,  reli-
                            cultivamos  en-                                          giosamente,  significativas  fotos
                            quanto  “pilões.       “Soldado, lá na trincheira,       em  vésperas  de  60  anos  de  exis-
                            Os menos jovens        Se vires o porta-bandeira         tência, todo empertigado em desfi-
                            lembrar-se-ão do       Tombar com ela no chão            les paradas de longa duração onde
                            “refrão” que colo-     Levanta-a, como um soldado        era preciso sorrir e... cara alegre.
                            ca  uma  questão       O trapo verde e encarnado           Tive à minha frente, quase vis-
            David Sequerra   fulcral. Assim:       Tu tens a Pátria na mão!          a-vis, Chefes de Estado, Ministros
                  (19430333)                                                         e outras personalidades de vulto,
                                                   E  foi  aqui  que  me  inspirei  na   perfiladas e/ou em respeitosa con-
              “Oh, Zé-ninguém                   base da inolvidável circunstância    tinência, algumas vezes sob o fun-
              Se és militar                     de eu ter sido, durante dois anos    do musical de “A PORTUGUESA”.
              E a Pátria-Mãe                    lectivos 1950/51 e 1951/52, o porta   E sobre algumas dessas situações
              Tu queres honrar”                 bandeira do Batalhão Escolar, en-    também  tenho  breves  estórias
              Segue o exemplo                   tão  graduado  de  uma  só  estreli-  para  contar,  em  futura  oportuni-
              De um soldado com ralé            nha,  fiel  depositário,  em  cerimó-  dade.
              Que morreu e está no templo       nias solenes, do tal “trapo verde e    Por agora quedo-me na feliz
              E ninguém sabe quem é!            encarnado” (de cetim bordado, di-    lembrança que eu tive a Pátria na
                                                ga-se  de  passagem)  que  a  canção   mão.  Com  muita  honra  e,  hoje,
              Foi isso que pudémos aprender     refere.                              com imensa saudade.















































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