Page 28 - Boletim Nº 254 da APE
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 NOTíCIAS DO IPE
 1H0 Junho – Um outro olhar
á muito que o fim-de- semana de 10 de Junho esta- va reservado para a viagem a Portalegre. Foi um fim de semana fantástico e de convívio entre amigos.
O dia 9 de junho foi reservado para as actuações das classes de Ginástica (Especial e Formação) e os ensaios da cerimónia militar do 10 de junho. As actuações do IPE de- correram muito bem e houve até um momento engraçado, quando no final da coreografia os alunos atiraram algumas camisolas e uma caiu aos pés do CEMGFA que tentou agar- rá-la! Risada total.
O almoço foi de convívio fraterno com os Magros, o Pau- lo Ferreira (que estava de férias) e sua encantadora mulher, a Catarina (que se encontrava a dar apoio médico ao evento no Hospital de Campanha). Assim, tivemos o privilégio de visitarmos as tendas do Hospital veterinário e de Campa- nha, com guia.
São horas de os alunos começarem o ensaio, pelo que nos apressamos a ir para o local onde vão ficar. A rua onde vai passar o desfile está toda engalanada e repleta de milita- res, os alunos perfilam-se nos lugares onde devem ficar e há um militar a marcar as posições no chão. Nada pode falhar no dia seguinte!
Está calor e enquanto estão a rever as posições, eu e a Elsa resolvemos afastar-nos um pouco e sentámo-nos num muro a conversar. O movimento é intenso, há gente por todo o lado. No café do jardim vimos uma mesa vagar e re- solvemos aproveitar para nos sentarmos e pedir qualquer coisa. Dirijo-me ao interior do café para pedir uns gelados e quando regresso a Elsa diz que o Pedro ligou a pedir que comprássemos protetor solar, porque estava muito sol e os miúdos estavam a ficar muito vermelhos. Decidimos ir ao centro comercial e depois de várias tentativas de furarmos a multidão, de pedidos de autorização às entidades de segu- rança, todas sem sucesso, ligo ao Pedro para informar que estamos com dificuldades em comprar o que pediu, porque a passagem está bloqueada.
Entretanto, decidimos dirigirmos para o baixo em dire- ção oposta de onde estávamos, podia ser que existisse algu- ma loja de chineses aberta. Eles vendem protetores, certo?! Descemos a rua e vemos um pequeno café, entrámos para ir à casa de banho. Peço um café e aproveito para interpelar o funcionário se sabe onde podia comprar protetores.
Ao meu lado, um militar está entusiasticamente a dizer que a cidade fervilhava de pessoas que era um gosto e que ele conhecia muitos dos militares, etc.
Num ápice, dirijo-me a ele e digo: – Olhe, ainda bem que o encontro! É o senhor que me vai ajudar!
Apanhado de surpresa, olha para mim com um ar “De onde saiu esta maluca?”. Não me deixo intimidar! Estou a iniciar a explicação do meu problema quando a Elsa chega ao pé de mim e digo-lhe que encontrei a solução e coloco-a a par da mesma. Passamos a ser duas e explicar ao senhor militar, que estava certamente a pensar “Meu Deus! Agora,
           Sílvia Machado Baldo
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são duas! Eu e a minha grande boca”, mas tenta não deixar transparecer o que pensa. Ouve com atenção o nosso pedi- do e explica-nos que há um centro comercial e farmácia na rua em cima e era só atravessarmos. Referimos que não dá, que a estrada está vedada, ao que ele diz que nesse caso talvez dando a volta ao quarteirão. Fanfarrão, pensei eu. Até aí, já tínhamos nós chegado.
Estamos já de saída, quando se vira para nós e diz “Por- que não tentam a tenda da marinha que está no jardim? Eles estão a fazer de Pronto Socorro, decerto que vos ajudam”.
Boa ideia! Dirigimo-nos à tenda, explicámos a situação e logo, prontamente, nos entregam 2 protetores solares de spray. “Estes são dos bons, dos que se compram na farmá- cia! Levem estes 2 e se precisarem de mais voltem aqui!”, diz a militar que nos ajudou.
Com a sensação de missão cumprida, regressámos ao local onde estão os miúdos. Informam-nos que já não é pre- ciso, pois o Magro conseguiu comprá-los.
Confesso que fiquei desiludida. Depois de tando esforço, já tinham conseguido?!!
O ensaio já tinha mais de 1 hora, os alunos continuavam nas suas posições, à volta deles a dar as últimas indicações e a verificar se estava tudo bem, o Comandante de Corpo de Alunos.
Ouve-se o speaker a dizer vai tomar a palavra o presiden- te das cerimónias do 10 de junho. Passados 5 segundos diz “Termina o discurso”. Alguns instantes depois, ouve-se “vai tomar a palavra o Exmo. Sr. Presidente da República e de novo passados 5 segundos “Termina o discurso”. Alguém diz que era bom que no dia seguinte os discursos fossem rápi- dos assim! Risada total.
Já passava das 18h30m quando o ensaio termina. Os alu- nos dirigem-se para Estremoz, onde vão jantar e pernoitar e nós para o jantar num restaurante descoberto pelos Magros na Páscoa. que belo repasto! Com boa companhia e com muitas histórias, foi um serão muito agradável.
No dia seguinte a cerimónia inicia-se cedo. A rua onde vai decorrer o desfile começa a mostrar-se exígua para tanta gente. Alguns pais de alunos reúnem-se junto de nós para assistirem ao desfile. Como seria bom que mais pais vies- sem assistir as estas cerimónias, é importante para os alu- nos, comento com a Elsa.
Na varanda da moradia à nossa frente, a dona mostra orgulhosamente uma grande bandeira de Portugal. Está ao contrário! Será que vai dar por isso? Passado algum tempo vemo-la a colocar a bandeira correctamente. Boa! Assim, está bem, penso.
     26 | Boletim da Associação dos Pupilos do Exército • julho a setembro











































































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