Page 30 - Boletim numero 260 da APE
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EVOCAÇÕES BOLETIM APE | JAN/MAR 2021
O Baile de Finalistas;
o Livro de Finalistas – 1973
   OBaile de Finalistas e o Livro de Finalistas, no Insti- tuto nas décadas 60 e 70 do século passado, eram no seu conjunto... dedicados e virados para os Fi-
nalistas. Estes acompanhavam e participavam em várias decisões com a Direcção, Administração e Corpo de Alunos do Instituto.
Com muita acção e grande motivação, os alunos Finalis- tas empenhavam-se no seu último ano no Instituto para o melhor do seu Baile e o seu Livro...
Ao usar nas suas fardas internas e externas uns peque- nos “laços” com as cores dos respectivos Cursos, os Fina- listas distinguiam-se dos demais alunos e uns dos outros pelas cores.
Guardariam nas suas memórias o que os iriam marcar indelevelmente para o futuro nas suas vidas fora do Insti- tuto....
Motivavam os alunos Finalistas, mas não só... a Direc- ção, a Administração e Contabilidade com os gastos total- mente “cobertos” e assumidos, o Corpo de Alunos do Ins- tituto e obviamente todo o Batalhão Escolar.
Eu fui um “falhado” no meu Baile de Finalistas em Maio de 1973.
Não tinha ao tempo qualquer namorada, como tal não fui acompanhado pela eventual namorada. O ideal, o “paraíso”, o “sonho” para o aluno Finalista era levar a namorada, quiçá futura esposa, e apresentar-se perante tudo e todos... E com o seu futuro e objectivos claros e definidos...
Tínhamos o Curso quase finalizado – faltavam as últi- mas “frequências” – e os Estágios, em que já seríamos alu- nos externos. Podíamos então de seguida procurar traba- lho.
Uma possível namorada a acompanhar e apresentar no Baile, era a “cereja em cima do bolo”...
Os tempos na economia nacional em 1973, crescimento do PIB a 2 dígitos, superavit no Estado e a propaganda do regime... até eram risonhos e promissores.
Com a excepção do serviço militar que tínhamos de cumprir... quiçá ir ao Ultramar... não havia mais nada a per- turbar o percurso...
Eu falhava... interpretava a vida com “ligeiro atraso”... Sempre um pouco atrasado... Sempre a analisar e a obser- var...
Não percorri a rua no interior do Instituto, entre os edi- fícios da 3a e 4a Companhias, com o traje de cerimónia e devidamente acompanhado...
Nos claustros laterais encontravam-se a observar os alunos “mirones” os que ficavam no Instituto no fim de se- mana, mirando e comentando todos os detalhes...
Eu tinha estado nesses “mirones” anos antes, tantas vezes... e quando chegou o meu ano para mostrar e bri- lhar... falhei...
***
Fui ao meu Baile em Maio 1973 acompanhado com os meus Pais...
Homenageio e relembro os nossos Pais, de todas as ge- rações.
São eles os principais responsáveis, os que tomaram a iniciativa de nos propor ao Instituto. Porque acreditaram no Instituto e mais ainda, acreditaram em nós.
À época o Instituto era exclusivamente um internato.
Um futuro que desejavam ser o melhor para os filhos, a porta de entrada era o Instituto.
Entregavam-nos no Instituto nos primeiros dias do mês de Outubro, eram também os que nos acompanhavam nos
Manuel Pimenta
19640022
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