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Rapidissímas
              NOTAS





                      OS CóMICOS DAS RéCITAS E UM EPISóDIO EM DRESDEN
         vão  dois!  A  expressão  exclamativa  diz  respeito  a  um   Augusto Dias, de uma devoção “pilónica” verdadeira-
       Emuito recente episódio que a Imprensa divulgou quanto  O mente  admirável,  lá  completou  mais  uma  Primavera
       à série de entrevistas que o mentor principal dos “Gatos Fe-  (para não dizer Outono...) E são 92, em persistente persegui-
       dorentos” levou a cabo, após as mais recentes eleições legis-  ção ao cineasta Manuel de Oliveira. Como vai sendo hábito,
       lativas  e  autárquicas.  Uma  só  personalidade,  de  carácter   muitos de nós não se esqueceram dessa data festiva, envol-
       público, disse não ao inspirado entrevistador, tornando-se   vendo o aniversariante em sucessivas expressões de apreço
                        notícia:  foi  o  nosso  Medina  Carreira   e carinho.
                        (1942.0391) que alegou escassez de sen-   De saúde, o nosso “Augusto” não tem andado muito bem.
                        tido de humor para tal tipo de interven-  Mas vai reagir. FORÇA que nós ajudamos!
                        ções televisivas.
                           Compreendemos muito bem o mo-                                muito  triste  desaparecimento
                        tivo  da  divulgada  nega  e  permitimo-                    Odo “pilonissimo” Vasco Santé-
                        nos confessar que também nós, em au-                        lices de Lima (1933.0320), de longa
                        tocrítica, não possuímos esse tal senti-                    e saliente carreira de aluno, fez-me
                        do de humor que é “ganha-pão” para os                       lembrar alguns casos notáveis de
                        bens  remunerados  “GATOS”.  Daí  di-                       ex-alunos de rara propensão para
        David Sequerra   zermos ao Henrique Carlos, com a mui-                      brilhar nas récitas que, a partir  da
              (19430333)  ta amizade de sempre: já somos dois!                      “era Tamagnii”, em 1939/40, cons-
                                                                                    tituíram acontecimentos de vulto
                           e vez em quando – poderia até dizer                      no historial do Instituto.
                        Dfrequentemente...  –  há  “pilões”,  de                       O Vasco notabilizou-se em tais
       sucessivas épocas, que me contactam para relatarem apreci-                   andanças seguindo os muito mar-
       áveis peripécias, dignas de publicação “boletinesca”. Reajo,   cantes exemplos do Eduardo D´Almeida (1926.0012) e do
       de pronto, a pedir-lhes que passem essas estórias a escrito   Aníbal Sousa Marques (1929.0070), dois excelentes come-
       para todos nós as saborearmos mas, quase sempre, deparo-  diantes que evocamos com muita saudade.
       me com evasivas do género “eu conto e tu escreves, faz lá   Menino e moço, ainda, conheci o “12” e, homem feito,
       esse  jeito...”.  Confesso  que  já  tenho  aproveitado  algumas   mantive com o Aníbal uma sã confraternização que po-
       dessas “dicas” com a necessária concordância das “persona-  demos prolongar, hoje em dia, através da dupla CÉLIA-
       gens” em causa. Mas bom seria que os contadores de situa-  MARGARIDA, nossas vizinhas e “piloas” dignas de “ho-
       ções “giras” aumentassem o já de si valioso lote de colabora-  noris-causa”
       dores do “Boletim”. Adiante...                             O Vasco Santélices de Lima, um bom “ponto”, como sói
          Recentemente o 391 de 1951, sucessor directo do Medina   dizer-se, saíu quando eu entrei mas habituei-me a escutar
       Carreira,  Oficial  do  Exército  e  viajante  assumido  (sabem   largos elogios aos seus dotes de actor, figura de topo nas ré-
       quem  é  seguramente...)  contou-me  um  episódio  digno  de   citas “pilónicas”.
       ajustada revelação.                                        Nos anos imediatos até 1947, por aí, destacaram-se ou-
          E é o que fazemos, ao ritmo destas “rapidíssimas” e sob o   tros valores como o Diogo Afonso (1937.0260), criador de
       signo da descontracção.
          A cena ocorreu em Dresden, importante cidade indus-
       trial da ex-RDA, de honrosas tradições germânicas. O nosso
       “pilão”, atento e persistente turista, andava por um Parque
       do centro urbano quando se lhe deparou uma pequena cena
       com muito pouco de original. Um casal ainda jovem tentava
       controlar as traquinices do seu descendente em idade pré-
       escolar e de bem notória vivacidade. Cheio de genica, deso-
       bedecia às recomendações paternais a tal ponto que chamou
       a atenção do nosso contador da estória. Foi então que o “391”
       em jeito de “meter o bedelho”, se aproximou do “puto regui-
       la” e lhe disse:
          - “É feio ser-se desobediente, tu deves saber que sim. O
       teu pai podia levar-te para uma grande escola onde eu fui
       educado e aí aprendi-as a obedecer: os Pupilos do Exército.
       Já ouviste falar?”
          E foi então que se deu o impensável e inesperado. O pai
       “desautorizado” captando a mensagem pedagógica, revelou:
          - “Eu também sou “pilão”!
          E veio aquele abraço, sentido e forte, como todos somos
       capazes de imaginar! E tudo isto a acontecer bem longe, em
       Dresden, a quase 3000 kms de São Domingos de Benfica.
          Como esta, eu sei bem, há mais estórias dignas de ser
       contadas. As páginas do “Boletim” servem para tal e eu peço
       escusa de ser o relator de serviço...                  Vasco esteve 10 anos no “Pilão” e marcou destacada presença.
                                                              Ei-lo como caloiro em 1933 (em cima) e como associado de pleno
                                                              interesse, já no século XXI.


         8 | Associação dos Pupilos do Exército                                                                                                                                                               Associação dos Pupilos do Exército | 9
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