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EVOCAÇÕEs (cont.)
das vossas extraordinárias potencialidades para serdes padrão lealdade e excepcional zelo com que serviu no ITMPE, onde
de uma vivência digna, teimosamente batalhadora e vence- se evidenciou um educador de elevados méritos e soube
dora. granjear a consideração e respeito de subordinados e supe-
Sei que, por vezes, terei cometido erros de julgamento e riores, e também a veneração dos alunos.
de critério mas sei, também, que procurei ser justo, honesto, Oficial muito distinto e consciencioso, de grandes virtu-
dedicado à missão que me cabia de vos dirigir, orientar e des morais e de carácter, entregou-se inteiramente e com
compreender. invulgar entusiasmo às funções de Comandante de Corpo
E sei, finalmente, que todos vós o tereis compreendido e, de Alunos e de Director de Instrução Militar, nas quais bem
dessa compreensão, resultou uma leal colaboração, posta em patenteou a sua natural aptidão realizadora e o seu eleva-
destaque, sempre, que o nome do Pilão estava em causa. do espírito de honestidade profissional, tendo com o seu
É por essa lealdade, por essa colaboração, pela estima exemplo e com a sua acção contribuído de forma exuberan-
que quiseram oferecer-me e a materializaram, delicadamen- te para o prestígio do Instituto e, consequentemente, do
te, nas lembranças que, de vós recebi, que vos devo um Exército.”
imenso agradecimento à vossa generosa juventude pela dá-
diva mais importante que um homem pode receber do seu Não tenho dúvidas de que alguém com as qualidades
semelhante: a amizade. que estes dois documentos ilustram seria sempre um bom
Pelo imenso que me deram em troca da honestidade condutor de homens, quaisquer que fossem as condições
profissional que vos dediquei, o meu muito obrigado e a em que exercesse as suas funções.
certeza de que vós sereis, para mim e sempre, saudade. Lamento porém que o esforço militar que desenvol-
É balançado e confiante na vossa amizade e na confian- vemos em África nos tivesse encurtado a presença nos
ça que haveis depositado em mim que me atrevo a exortar- Pupilos do Exército a alguém de tão elevada craveira
-vos – com o direito que cabe aos que tudo sacrificam por profissional, cultural e moral.
uma obrigação profissional ou na defesa de uma ideia que Um grande SALVÉ para este Pilão de coração.
julgam digna e correcta – a congregarem todas as energias,
todo o vosso querer, toda a vossa FÉ em algo de bom, de
superior para que se realizem como homens e como cidadãos
capazes de suportar a pesada herança de dar continuidade
e dignidade à comunidade humana a que pertencem; capa-
zes até, de emendar os erros das gerações que vos precederam
e que não puderam ou não souberam resolver os problemas
que lhes foram postos.
Para tão árdua tarefa só homens, física, técnica e moral-
mente bem formados poderão fazer-lhe face e, assim, o tereis
de ser para honra vossa e orgulho da vossa escola, essa velha
escola de honrados pergaminhos que é o ITMPE.
E, se assim for e assim quiserdes, nós, os velhos, podemos
morrer na certeza de que os nossos erros serão reparados
pelos filhos, que sois todos vós.
E, se as minhas palavras, simples, rudes mas sentidas,
chegarem aos vossos corações e às vossas inteligências em
termos de compreensão e de aceitação, eu terei outra oportu-
nidade de vos dizer:
Muto obrigado, bem hajam! Que Deus vos ajude e vos
proteja.
Do vosso
Carlos Manuel Barão Pinto, Major de Infantaria”
Procedo agora à transcrição do louvor publicado na
Ordem do Exército nº 9º – 2ª Série de 1 de Maio de 1966
e na Ordem de Serviço nº 121 de 23MAI1966 dos Pupi-
los do Exército:
“Louvo o Major de Infantaria Carlos Manuel Barão
Pinto pela inexcedível dedicação e aprumo e pela grande
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