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POESIA
                                                                                                           CONTINUAÇÃO


                (...)                                Cá dele ??? !!! ...
                Aqui onde o que o peito abrange e sente,
                Na mais ampla expressão acha tristeza,  antónio boavida Pinheiro | 19460033
                Negra ideia do abismo assombra a mente.

                Difere acaso de infernal tristeza
                Não ver terra, nem céu, nem mar, nem gente,
                Ser vivo, e não gozar da natureza?
                                                     Quem não tem culpa é o Zé,                  Mote *
                                                     De quem tão mal governou,
           Bocage                                                                           “Quem a crise provocou
                                                     Quem meteu as mãos pelos pés,          Está fora e sabe bem,
                                                     “Quem a crise provocou”.
                Ser vivo e não gozar da natureza?                                           Que muito o pobre pagou
                Pois, na prisão, o poeta se lamenta  E na hora da verdade,                  Na conta dele também.”
                Daquela solidão que o atormenta,     Deu à sola, foi-se além,                   João Velez Venâncio
                Daquele afastamento, e da tristeza.                                                  Benavila-Avis
                                                     Foi de férias p’ra a cidade,
                                                     “Está fora e sabe bem”.
                Sentir, no peito, a perda da beleza
                Na lúgubre prisão que o apoquenta,   E quem se “lixa”, pressinto,
                Sem poder ver o céu que, a alma, sustenta,  É o “Zé” que cá ficou,
                Ou esse mar que brama com rudeza.    Toca a apertar o cinto,
                                                     “Que muito o pobre pagou”.
                É perda atroz que nem sequer a gente
                Que passa, que se toca e que se sente,  Foi “gamanço” à descarada,
                Se tem, para esquecer a solidão.     Foi sacar a quem não tem,
                                                     Pagar por tudo e por nada!...,
                Depois, há uma quebra de amizade,    “Na conta dele também”?...
                A mágoa por se não ter liberdade,
                Amarrado à clausura da prisão.       Poema premiado com uma «Menção Honrosa», nos X Jogos Florais de AVIZ – 2012, na
                                                     Modalidade de Poesia obrigada a MOTE.
                                           TIAGO     * Mote da autoria do Poeta João Velez Venâncio.













































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               BOLETIM D A AS SOCIA ÇÃ O DOS PUPIL OS DO EXÉRCIT O                                        23
               BOLETIM DA ASSOCIAÇÃO DOS PUPILOS DO EXÉRCITO
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