Page 6 - Anexo do Boletim Numero 255 da APE
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     As origens 2. A Origem da Vida
1- Breve História da Terra
Como foi dito em artigo anterior, uma fracção de se- gundo após o Big Bang, num universo recém-nascido, com temperaturas elevadíssimas, formaram-se os primeiros pro- tões (núcleos de hidrogénio) e neutrões, e, nos minutos posteriores ocorreu a núcleossíntese primordial.
Há 4,565 mil milhões de anos (MMa) nasceu o Sistema Solar, consequência de um “afundamento” de uma imensa nuvem de gás formando-se a nossa estrela a partir do Hi- drogénio.
Cerca de 200 milhões de anos (Ma) depois formaram-se os planetas, a partir de protoplanetas, constituídos por grãos que se transformaram em rochas por acção da gravi- dade, durante cerca de um milhão de anos.
O terceiro destes planetas a contar a partir do Sol, de- pois de Mercúrio e de Vénus, é a nossa Terra.
A Terra está no lugar certo: nem muito perto nem muito longe dos raios da nossa estrela, podendo assim conservar água sob a forma líquida, indispensável à vida.
2- Os primórdios da vida na Terra
O período de tempo (Éon) que vai de 4,56 MMa a 3,85 MMa (Hadeano) corresponde ao intervalo de tempo em que se formam as primeiras rochas.
Entre -3,9 MMa e -3,2 MMa apareceram as células pro- cariotas. Um envelope lipídico contém as enzimas e a infor- mação genética a qual não está abrigada num núcleo.
Em 3,8 MMa todas as condições para a existência de vida estavam reunidas: água, azoto, dióxido de carbono e energia para que o Ácido Ribunocleico (ARN) fosse a pri- meira macromolécula a formar-se e a replicar-se.
De 3,85 MMa a 2,5 MMa (Éon Arqueano) o interior da Terra é muito quente (três vezes maior que hoje em que a temperatura do núcleo atinge 6000oC) graças à radioactivi- dade (devida à desintegração dos átomos mais pesados) e a uma chuva incessante de meteoritos, mas, na sua crosta, as temperaturas não eram muito diferentes das actuais, dado que a energia do Sol era cerca de três vezes menor que a de hoje).
Não houve grandes continentes até à fase final deste Éon. A atmosfera era rica em CO2 libertado das rochas de origem terrestre e extraterrestre, ao fundir, e algum vapor de água, mas praticamente sem Oxigénio.
Entre -2,8 e -1,5 MMa dá-se a aparição das células euca- riotas; além do envelope lipídico global um segundo enve- lope, o núcleo, alberga especificamente a informação gené- tica.
Entre -2,5 e -1 mil milhões de anos: aparição de células com organitos. Uma estreita simbiose com bactérias
encerra na célula mitocôndrias e cloroplastos (fotossín- tese), surgem os Eucariontes e muitos tipos de algas come- çaram a aparecer incluindo algas verdes e vermelhas.
Em 1,6 MMa dá-se a passagem das células procarióticas (sem núcleo) às células eucarióticas (com núcleo) Uma das hipóteses, entre outras possíveis, é a de que uma bactéria teria ingerido outra bactéria, tornando-se esta o núcleo da primeira célula eucariótica.
-900 milhões de anos aparecem aglomerados de células. Estas, todas idênticas, associam-se para formar grandes es- truturas filamentosas ou mesmo filmes orgânicos.
-550 milhões de anos aparecimento dos tecidos: os aglo- merados de células especializam-se. Aparecem os tecidos e os organismos pluricelulares.
Há 3,4 MMa as primeiras células conhecidas poderiam aparentar-se a cianobactérias, que são organismos unicelu- lares desprovidos de núcleo, medindo alguns milésimos de milímetro de comprimento, que vivem na água e são capa- zes de transformar o dióxido de carbono em açúcares, em moléculas e, sobretudo em dioxigénio. Encontram-se os seus vestígios nos estromatólitos (rochas resultantes da de- gradação das cianobactérias)
PROCARIONTE
 5| Anexo Digital ao Boletim da Associação dos Pupilos do Exército • outubro a dezembro













































































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