Page 37 - Boletim numero 261 da APE
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BOLETIM APE | ABR/JUN 2021
EVOCAÇÕES
A Instrução Militar no Instituto... Do primeiro ao último dia...
Há tempos o grande Pilão e amigo J. M. Geraldes 208/62, o “Favas”, enviou-me a foto que encontram neste meu artigo do Boletim APE.
Foi tirada na apresentação das equipas da prova de Patru- lhas, incluída no curso de C. O. M., no dia 1 do mês de Março de 1972 e apresenta a equipa “Os Ciclistas” ou a equipa A, do 3o CMEM, Patrulha no 7, composta pelos 10 números de alunos, os mais baixos da turma: 3; 22; 24; 88; 148; 165; 199; 208; 230; 255.
A prova consistia numa corrida de várias etapas com percur- sos de orientação, na serra de Monsanto junto da 1a Secção do Instituto, vestidos e devidamente equipados com farda militar verde com “kiko...
Esta equipa foi a 1a classificada na prova e era liderada pelo 165 – Aleixo Dias. Integravam a equipa – ver foto – de cima para baixo e da esquerda para a direita: Aleixo, Abel, Ferreira, Neves, Afonso, Pimenta, G. Correia, Barreiros, Salavissa e Geraldes.
À época, com a conclusão do Curso Médio e juramento de bandeira, o nosso realizado em Junho de 1973, concluíamos o C.O.M. – Curso de Oficiais Milicianos.
No Curso Médio de Electrotecnia e Máquinas, CMEM de 1972/73, há 5 alunos meus camaradas que frequentámos sempre a mesma turma, desde o 1o ano do Ciclo Preparatório em 1964, até à saída do Instituto em 1973.
Ou seja, percorremos juntos os 9 anos do Instituto...
Sempre na turma A, nos 1o e 2 anos do Ciclo Preparatório, continuámos na turma A nos 3 anos do Curso Geral de Indústria, 1o Indústria A, 2o Indústria A e 3o Indústria A.
Finalmente estivemos juntos também nos 4 anos do CMEM.
São eles o 22-Pimenta, 24-Barreiros, 88-Pereira, 230-Ferreira e 305-Henriques.
A foto tem essa particularidade que se enquadra no título do artigo, pois desta equipa faziam parte os alunos do 3o CMEM do ano lectivo 1971/1972, Pimenta, Barreiros, Pereira e Ferreira.
Do tal grupo dos 5, falta na foto somente o Henriques... que estaria integrado noutra equipa. Os 4 Pilões (o Henriques já não está entre nós...) são bons amigos e camaradas, presentes nos encontros do curso, hoje orgulhosos nas suas vidas pessoais e profissionais...
Houve alguns que concluindo o curso também em 1972/73, como o 255 – Neves, 325 – Mendes, 380 – Tavares, 389 – Pinho, 390 – Rocha (estes dois últimos já falecidos) que entrando tam- bém em 1964, andaram por outras turmas ... que não as acima referidas.
Talvez... Porque era o número mais baixo (meu número 22) no 2o do Ciclo Preparatório, em 1965/66, fui nomeado chefe da turma A. Continuei no 1o, 2o e 3o anos do Curso Geral de Indústria, turma A, chefe de turma. Fui assim chefe de turma durante 4 anos.
A Instrução Militar no Instituto começava nos primeiros dias quando recebíamos a farda. Com ou sem farda completa, a ins- trução militar começava logo com o chamado “acertar o passo”, marchar......e fazer pequenas manobras de ordem unida como “volver” à esquerda ou à direita e claro aprender os gestos de uma boa continência para cumprimento dos superiores.
A ordem unida em formaturas e marchas eram importantes para as deslocações diárias entre as duas Secções do Instituto e para os actos oficiais durante o ano lectivo, por exemplo a aber-
Equipa "Os Ciclistas" – Março 1972
tura do ano escolar, desfiles do 25 de Maio e festas de encerra- mento do ano, cerimónias do 10 de Junho, procissão da N. S. Saúde, etc.
A disciplina de Instrução Militar também estava incluída nas disciplinas teóricas semanais. Aprendíamos a reconhecer os pos- tos militares, a organização dos diferentes ramos e as respecti- vas hierarquias, conhecer e estudar as diferentes e diversas ar- mas...
Nas tardes de quartas-feiras tudo se orientava no Instituto para a instrução militar.
Para “endurance” dos alunos realizavam-se as célebres mar- chas pela serra de Monsanto acima e na instrução de tiro deslo- cávamo-nos ao quartel de Caçadores 5 em Campolide, ou outros quarteis com carreiras de tiro, para os exercícios diversos de tiro com as diferentes armas.
Com os 2 anos do Preparatório, 3 anos do Secundário e 4 anos do Curso Médio, as aulas teóricas e práticas de Instrução Militar, as marchas em Monsanto, os “tatoo” militar, os exercí- cios de combate e luta “corpo a corpo”, as descidas em “slide” e “rappel” nas festas de encerramento dos anos lectivos , as ses- sões de tiro com diversas armas , os “simulacros” de situações de guerra de guerrilha e exercícios nas pistas de obstáculos, também inseridas nas acimas referidas festas.....obtínhamos as qualificações para o C.S.M. e C.O.M.
Gosto de escrever e recordar o Instituto....
Voltando aos 5 magníficos ...
O Barreiros, o “Jacinto”, foi o “urso”, “o barra”, o mais me-
dalhado do curso; o Abel “sem alcunha”?, inteligente , bom es- tratega e um desportista de primeira linha; o Abreu Ferreira, o “Zé da Adega”, de inteligência fina e de muita perspicácia no estudo e análise, sempre de humor refinado; o Nunes Henriques o “político”, oposicionista, ”anticlerical”, reservado, ....Infeliz- mente já falecido.....e o Pimenta, o “Maria”, eu o escrivão....
Hoje comentamos nos encontros e almoços, de 84 alunos que entraram em 1964, dos que optaram pela Indústria em 1966/67 e nós os 5 que concluíram o CMEM sendo sempre cama- radas de turma, concluído em 1972/73.
Após o Ciclo Preparatório, outros do mesmo ano de 1964, optaram pelo Comércio. Há com certeza outra idêntica histó- ria... nos Pilões Contabilistas...
Este documento de texto e foto, que os filhos e netos gostam e visualizam... mostra os pais e avós como eram nas suas ida- des... as vivências e tudo o demais que se destacava ao tempo...
Bem diferentes dos tempos de hoje...
Manuel Pimenta
19640022
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