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Evocações        APONTAMENTO


                                                       “ISCAS...”


          iscA – do latim “esca”.tira de fígado, temperada com vinagre, alho, stc. e frita em banha de porco
                                 (popular).  também engodo, para atrair e pescar peixes.

                   om elas, sem elas, à por-  sar-se dos 15/18.
                   tuguesa, em frigideira de     “ F e l i z a r d o s ”
                   barro,  cheirosas  e  apeti-  que  continuavam
                   tosa,  a  puxar  ao  “tintol”,   nas suas rotas “piló-
         Ceu gosto.                           nicas”.  O  “Isca”  foi
            Confesso, sem qualquer pejo, que   dos que ficaram pelo
         as  iscas  são  um  dos  meus  pratos   caminho,  tal  qual  o
                           preferidos.        seu  grande  amigo
                             Mas  não  é  de   Pompeu (1944.0156), o
                           gastronomia  lu-   “Ti” Lima (1942.0220),
                           sitana de que vos   o  Bernardo  Alves
                           quero  falar  mas   (1943.0028)  e  o  Jorge
                           sim,  uma  vez     Fonseca  (1943.0137),
                           mais,  de  alcu-   entre outros mais.
                           nhas “pilónicas”.     Dava-me bem com
                           Tantas vezes tão   o popularucho “Isca” e
                           saborosas  como    tive pena do sucedido.
          David Sequerra   as “iscas à portu-
                (19430333)                       Passados  tantos
                           guesa”             anos  (mais  de  60,
                             E  isto  porque   ena  pá!...)  sempre   Eis uma saborosa alcunha comum a sucessivas gerações “pilónicas”:
         me deu para lembrar um “rapaz” do    que  me  regalo  com   “ISCAS”.Tema escolhido para mais um apontamento com o grafis-
         meu tempo, de quem perdi o rastro,   um bom prato de “is-  mo extra do salutar encontro do Autor com o “ISCA” de 1948. É o
                                                                    MANO (1948-0251) visivelmente bem disposto!
         popularizado por “ISCA” Era o 251,   cas  à  portuguesa”,
         de 1944,e provinha dos arredores de   lembro-me  do  “251”
         Lisboa, de seu nome Alfredo Duarte   e da força significati-
         MONTEIRO. Cursou Indústria até       va das alcunhas “pi-
         ao 5º ano e, não sendo um bom alu-   lónicas”.
         no, tomou novos rumos no ano lec-       Será  que  existe
         tivo de 1948/49. Baixote, comunica-  hoje um 251 a quem
         tivo,  companheiro  de  qualidade,  o   persistem  a  chamar
         “ISCA”  do  meu  convívio  mais  um   “Isca”?  Não  creio...
         dos muitos casos de herança de al-   Mas  se  o  Alfredo
         cunha,  tendo  por  seu  antecessor  o   MONTEIRO, no seu
         1937.0251.                           reduto de quase “oi-
            Nem sempre as heranças prima-     tentão”,  ainda  nos
         vam por um acerto lógico como, por   puder ler, já me pos-
         exemplo, chamar “Bucha” a um tipo    so dar por satisfeito
         magricelas,  “Nariqueta”  a  um  “pi-  pelo  conteúdo,  um
         lãozinho” de nariz achatado ou “Es-  tanto  “sui-generis”,
         cadote”  a  um  pirralho  de  10  ou  11   de mais este APON-
         anos. E há também os casos de “den-  TAMENTO”.
         so  mistério”  como  o  do  “Schemel-   Razão  suficiente
         gas”, o nosso querido amigo Eugé-    para sorrir e, na pri-
         nio  Coelho  (1938,0297).  Adiante,   meira  oportunidade
         porém...                             consultar o cardápio
            Naquela recta final foi muito exi-  e escolher “iscas com
         gente Curso Industrial, em jeito de   elas”, em acolhedora
         “prefácio”  para  os  Cursos  Médios   frigideira de barro –
         de Engenharia.                       um regalo!
            Ficou muita gente pelo caminho.
         Recordo que nos 4º e 5º anos sería-
         mos  25/30  e,  depois,  era  raro  pas-



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